A TARDE SOU EU
Ao desmaiar de um sol aurifulgente,
partilhamos um idêntico fim;
minh’alma triste se funde ao poente
e cai as trevas na tarde, e sobre mim.
Nesse conúbio fugaz e infrequente,
saltamos juntos em um trampolim,
pra lá do mundo banal, cognoscente,
tornando infinito esse Ínterim.
Profundamente imersos no não ser,
eu sou a tarde que finda, a esmaecer,
enquanto a tarde a fenecer sou eu.
E nesse eterno enlevo de um instante,
fomos, a tarde e eu, tão semelhantes,
que minha alma também anoiteceu.
Ao desmaiar de um sol aurifulgente,
partilhamos um idêntico fim;
minh’alma triste se funde ao poente
e cai as trevas na tarde, e sobre mim.
Nesse conúbio fugaz e infrequente,
saltamos juntos em um trampolim,
pra lá do mundo banal, cognoscente,
tornando infinito esse Ínterim.
Profundamente imersos no não ser,
eu sou a tarde que finda, a esmaecer,
enquanto a tarde a fenecer sou eu.
E nesse eterno enlevo de um instante,
fomos, a tarde e eu, tão semelhantes,
que minha alma também anoiteceu.