ERMO
Meus olhos nos escolhos, molhos d’alhos
Em calhas de óleos e palhas de fumos...
Sumos nos pomos e somas de humos:
Minhas lágrimas nascem dos cascalhos.
Espumo as salivas de supra-sumos,
E versejo, ermo, como os espantalhos...
Prumo meus planos em serras e atalhos:
Refil dos meus passos, os velhos rumos.
Meus braços enlaçam os traços troços,
Almoço alface, espantam-se os moços...
Na roça dos disfarces de agrotóxicos.
Nos meus andares os ares de tédios:
Vinhas sem uvas, corpos sem assédios,
Cana queimada - caldo de monóxidos.
Gigio Jr (Poemas da Chuva - 2005)