As vinhas...
Sofro calado nas vinhas de raiva,
Calcando aos pés o meu sonho de amor.
O sumo embriagante, que eu saiba;
Nunca me poderá causar a dor.
De raízes mergulhadas na terra,
ergue-se orgulhosa a videira.
Douram-se as bagas, que o sumo encerra;
Numa sagaz mostra e verdadeira…
Porque a vida deu… a vida tirou.
O homem bebeu… mas não acabou;
Sente no vinho a raiva da vida.
Sei que sou… um homem que já sofreu.
Vinho que sobrou… mas não se rendeu;
Porque tu mulher, és minha querida.