A salvação
Não quero a satisfação de pleno prazer;
o conformismo de quaisquer religiões;
a certeza das verdadeiras posições;
e a corrosiva dúvida do conhecer.
Não tolero a conquista da paz inviolada;
o futuro previamente relembrado;
o martelo divino sempre levantado;
o ocultamento da ferida infeccionada.
Nem desejo a repugnante felicidade;
que resplandece a melancólica bravura
da ínfima sabedoria sem profundidade.
Mas, necessito sim, da esplêndida loucura:
a querida patologia da liberdade,
que para os males sociais é a única cura!