RETICÊNCIAS
Que bom quando você era exclamação
e interpretava as minhas reticências,
mas veio o ciúme da maledicência
e espalhou no olhar a interrogação...
Restam o monossílabo e a ilação,
que insinuam-me réu da decadência
e no paroxismo das incoerências,
soam metáforas da separação.
Em sua ebúrnea face, a ironia,
contradiz aquela idolatria,
indefectível em nossas retinas.
Mas soa proverbial o seu aviso:
“Que este mundo seria um paraíso,
não fosse assim que todo amor termina”.
Ravatsky