MEU EGOÍSMO
Eu vi um homem, hoje, na calçada,
Dormindo a sono solto, ou moribundo;
A roupa que vestia – esfarrapada,
Cheirava mal o corpo – estava imundo.
Como se eu não tivesse visto nada,
Não lhe dei atenção nem um segundo,
Não me ocorreu fazer uma parada,
Preocupado que estava com meu mundo;
Fiz-me ao largo daquele ser humano
Tão carente de um bom samaritano,
Ou de um autêntico e fiel cristão.
E ao me sentir um poço de egoísmo,
Da minha dor no seu paroxismo
Clamei: Será que Cristo veio em vão?
24/11/007