SUBLIMAÇÃO
Ela se despediu e nunca mais nos vimos,
Nunca mais nós trocamos um alô, sequer,
Vai longe o tempo, sim, que brincamos e rimos,
Ela era um botão, longe de ser mulher,
E eu era um fedelho quando, os dois, sorrimos...
Despetalando aquela flor do mal-me-quer,
Pra ver se o nosso amor era coisa de primos,
Ou se tinha embutida outra coisa qualquer.
Hoje com meus botões, refletindo maduro,
Eu concluí que sim, era muito mais puro,
Era mais para santo o nosso amor fraterno.
Sem ter a marca vil dessa coisa carnal,
Ele se fez sublime, quase divinal,
Talvez, por isso mesmo, ele ficasse eterno.
23/11/07