Soneto do Silêncio
Fiz do meu silêncio uma arma mortal,
Cortante como teu olhar no deserto;
Na intenção de atingir teu riso aberto,
Empunhar-te-ei meu sigilo fatal.
Tua indiferença será, pois vencida,
Quando não mais conseguir me escutar;
Serás como um barco perdido no mar,
À procura de quem lhe salve a vida.
A noite te será bem dolorida:
Verás meu silêncio como uma ferida,
Que nunca se cicatriza e faz doer.
No fim reconhecerás meu doce olhar;
Sentirás que nunca deixei te amar,
Que tudo fiz para não te perder.