POUQUIDÃO
Dar-te-ia pétalas d´uma avenca preta
E a mais preguiçosa estrela do universo
E dar-te-ia a magia d´um cometa
E o maior diamante na terra imerso.
Dar-te-ia o perfume de nossa gaveta.
Dar-te-ia tudo, mas ando tão inverso:
Sobra-me só o exprimir da caneta
Que me faz poeta sem muito verso.
Sou pobre, pobre... Sequer tenho alegria.
Quase nada sou. Quase sou indigente.
Mas nos meus trapos eu te amo todo dia.
E por nada ter pra te deixar contente
Dou-te então o arroubo de minha poesia:
- É só o que tenho pra te dar de presente.