Ocaso do Pescador
O mar é o mesmo, mas sob um céu diferente
o mesmo onde eu brincava em tenra idade
observo-o agora iluminado pela lua nascente
ébrio, com meu peito ardendo de saudade.
Sobre a mesma areia em que corria alegremente
sem cansar, nos alvos anos de minha mocidade
cambaleio, esta noite, para as ondas lentamente
entre lembranças de meus tempos de felicidade
Ao mar de onde sempre tirei o meu sustento
Lanço minhas lágrimas, pela juventude perdida
e deixo que as ondas levem o meu lamento
Meu corpo alquebrado pelo cansaço desta vida
Rejuvenescido pelo toque da água e do vento
Lança-se, enfim, nas vagas em despedida