Quando partiste a solidão nefasta
Quando partiste a solidão nefasta
Quando partiste a solidão nefasta
Apossou de mim qual noite escura,
E nos dédalos tristonhos de amargura,
Não consigo nas dores dar um basta.
Nada que tento, da mente afasta,
O meditar na realidade dura,
Da falta que deixastes, e perdura,
Como se fora praga de madrasta.
É um anticiclone que devasta
Minha alma, e endurece a catadura,
Não se vislumbra em mim quaisquer ternuras.
as vezes em terríveis noites escuras,
Sinto-me qual um monge iconoclasta
Sorvendo o cálice dúbio da impostura.