JUVENTUDE
Há de ter um amor além do próprio,
debalde pelo triste esquecimento.
Carpinteiro de seu inútil alento,
navegante de um insólito rio!
Há de ter um remorso além do antigo,
e escrúpulos para ir até o final.
Inda há de reconhecer um mal,
benfazejo de seu velho amigo!
Há de rir com respaldo o novo dia,
na nave do tempo que é o futuro.
Há de ter além do vício a virtude,
quimeras para vencer a agonia,
um porto que se verta em seguro,
e uma vida de solicitude!