Monólogo: Trauma

Monólogo: Trauma Personagem: resistência Gênero: drama Texto: Zeneide Cordeiro Dói, dói mais dó tanto... quando lembro de todas as vezes que fui violentada e pedi ajuda... gritei... chorei... implorei... mas, ninguém quis se envolver... ninguém se colocou no meu lugar para sentir minha dor... não me escutaram... só me disseram isso vai passar... e depois saíram... foram embora e ainda me julgaram pelas costas... Mas, eu sobrevivi... É só que tenho feito é sobreviver desde o dia em que nasci. Muitos me despedaçaram, mas, me reconstitui, levantei... lavei o odor do estupro... arranquei o quanto pude das dores causadas pelo preconceito e pela exclusão... das cicatrizes que ficaram... transformei em acessórios para moldar meu corpo... e os medos afoguei todos num infinito poço de esperança... Feito isso, segui de mente e coração aberto, porque, eu sou.. Eu sou resistência e sou imortal.