ROTA DE MUTRETA

Num automóvel que avança por uma estrada, sucede um diálogo entre Dr. Nelson, um articulador de manobras fraudulentas, e Luis Carlos, um funcionário de um banco público. Este, funciona como atiçador, onde, ora, é partícipe dos estratagema; ora, mero espectador; ora, vitima, à revelia do personagem que esconde no subtexto - um elemento surpresa. Dr. Nelson, maniqueísta como ele, só, alardeia a eficiência de seus esquemas truculentos no desvio do erário público, na barganha de consciências e das vantagens adquiridas. Luis Carlos processa o que vai ouvindo, tangenciando com reticências e verbalizações, rebatendo a auto-suficiência de Dr. Nelson por corredores de um labirinto que intenta emparedá-lo em seu próprio mau-caratismo por uma reversão de cartada que o levará à fatalidade. Um arremate surreal de situações e circunstâncias surpreendentes, através da textura com a qual se supre nossa “caldeira social”, serpenteando entre os corredores do labirinto de uma ROTA DE MUTRETA.