NO ECO DAS HORAS
No ermo da noite, o silêncio é rei,
Faz morada no tempo, sem despedida,
Na sombra dos dias, repousa, sem lei,
E deixa no peito a voz esquecida.
No eco das horas, sem norte, vaguei,
Em meio à brisa, vazia e contida.
No ermo da noite, o silêncio é rei,
Faz morada no tempo, sem despedida.
Vozes se perdem, em vão, procurei,
O vento lhes rouba o fôlego de vida,
Mas dentro da alma, esperança terei.
Que a luz retornará renascida.
No ermo da noite, o silêncio é rei!...