O MEDO
Quando a manhã corta a esperança
Em partes que se perdem na rotina
E a gente esquece o ritmo da dança
O coração não dobra mais a esquina.
Uma dor sempre retida na retina
A cor única que na vista nos cansa
Quando a manhã corta a esperança
Em partes que se perdem na rotina.
Passo dado, mas nada mais avança
Nem o corpo se atenta a uma buzina
O medo nos evita da ponta da lança
Mas na tarde calma ele nos assassina
Quando a manhã corta a esperança.