Taça vazia
No cristal que se estilhaça,
Chega ao fim o nosso amor.
Nasce um tempo de desgraça,
Solidão, tristeza e dor.
O pranto, que a vista embaça,
Traz à vida o dissabor.
No cristal que se estilhaça,
Chega ao fim o nosso amor.
Esvai-se, feito fumaça,
Todo o encanto, todo ardor.
Eis, nas mãos, vazia a taça,
que espalha sangue e amargor,
No cristal que se estilhaça.