O ermitão
O ermitão que à sombra está sentado,
E ao orvalho confessa seu destino,
No silêncio responde ao desatino,
Do insigne solitário abandonado.
Espera a palavra do peregrino,
Seu único alívio do tempo isolado,
O ermitão que, à sombra, está sentado,
E ao orvalho confessa seu destino.
Tendo à mão, por apoio, o seu cajado,
No peito, uma medalha de sistino,
E por todos, em sua paz, adorado,
Dono da fé seguro de seu atino,
O ermitão que à sombra está sentado.