ETERNO VAZIO
Por trás dessas férreas janelas
Há sempre um imenso vazio;
Tanto no espaço baldio,
Como em quem olha por elas.
A chuva, que cai pelas frestas,
Não branda o sacrário sombrio:
Por trás dessas férreas janelas
Há sempre um imenso vazio.
E as dores, aos montes, infestas,
Pululam num mar tão bravio,
Escravos dessas mesmas celas...
Jamais encherão o vazio
Por trás dessas férreas janelas...