O cemitério da Candelária (Segunda parte)
Teus esqueletos saniosos,
Eis que uns negrumes são ledos,
Silentes, vis e onerosos
Dum mal imenso, sem medos.
Que as afeições têm segredos...
Sinto os meus choros piedosos,
Teus esqueletos saniosos,
Eis que uns negrumes são ledos.
Dói-me em ceifá-los odiosos,
Que eu olhe os túmulos quedos!
Pois tremem, ainda lodosos,
Cemiteriais sem penedos,
Teus esqueletos saniosos.
Lucas Munhoz
(16/02/2022)