IMAGENS PROPRIAS: fazenda
DEPOIS DO VENTO...
Depois que o vento passa
Farfalham lânguidas folhas.
Sinto sua carícia que perpassa...
Ah! Meu amor vem e me colhas...
Planta-me no seio de tua taça
Meu suave desejo recolhas.
Depois que o vento passa
Farfalham lânguidas folhas.
A solidão vem e me enlaça,
Tapa-me o peito c’suas bolhas.
Suspiro através da vidraça...
Não sou dona das escolhas,
Depois que o vento passa.
IMAGEM PROPRIA: casinha despejo na fazenda
ABRE-TE CORAÇÃO
O portão range sob meu toque.
A mão procura pela chave...
Em meu coração há um emboque
Que faz a vez de um entrave.
A luz que vejo é um enfoque,
Se entrelaça como fibra de agave.
O portão range sob meu toque
A mão procura pela chave...
Quisera abrir-te c’um choque,
Foi-se o tempo que fui suave.
Ah!Pudera fazer um retoque,
Já me cansei de seu conclave.
O portão range sob meu toque.
IMAGEM PROPRIA: fazenda
QUANDO CHEGA A PRIMAVERA...
Aspiro da primavera esse ar virgem
Que chega manso e cheio de candura
E me entrego depois da longa estiagem
Ao aroma que inebria a alma mais pura.
Ouço o farfalhar doce da nova folhagem,
Que aos galhos desnudos dá cobertura.
Aspiro da primavera esse ar virgem
Que chega manso e cheio de candura.
Corre o manso regato na sua origem,
Passeia no céu as nuvens na sua altura.
Tanta beleza chega a dar vertigem
Aos olhos de quem admira sem censura.
Aspiro da primavera esse ar virgem.