SEM TI - Rondel XXXIII

Sem ti, sou o solo da pluma no vazio

A dança triste da pena sobre o papel

A coreografia do chão em seu estio

O canto silencioso da solitude cruel.

Sem ti, não ouço músicas do teu perfil

Nem cirandas a cantar o doce e o fel.

Sem ti, sou o solo da pluma no vazio

A dança triste da pena sobre o papel.

Sem ti, sou apenas brisa no sombrio

Rastreando folhas do nosso carrossel,

Lembranças nas pautas do vento bravio

Bailando rotas a dois em meu dossel.

Sem ti, sou o solo da pluma no vazio!