SANTO MEDO
queria ser livre, faltava coragem
atração e sedução o medo tinha
estava segura, santa blindagem
sob o medo era a própria rainha!
mas sabia-se numa selva sozinha
rodeada pelo terror selvagem
queria ser livre, faltava coragem
atração e sedução o medo tinha
lembrava do medo na pele; tatuagem
chegou manso, cercando a pobrezinha
alma conquistada, benta hospedagem
pavor nas veias, pulsando, coitadinha
queria ser livre, faltava coragem
Todo texto do projeto Nossa Árvore é para algum descendente, por mais distante que esteja...
Querida heptanetinha Helena, o incomparável Charles Chaplin disse que a vida é maravilhosa se não se tem medo dela. Estamos em período eleitoral e breve teremos novo presidente e novos governadores. Você já sabe dos resultados aí no século 23, mas não me diz, não, deixa o futuro fluir nos nossos temores!
Sinto dizer que Chaplin não encontraria vida maravilhosa nestas paragens, tamanho os explosivos de medo detonando nas redes sociais, WhatsApps e redes neurais para atingir os eleitores. Se um marciano desavisado passasse por aqui, diria que o Brasil não passaria da semana pós-eleição, caso viesse a se realizar o pavor massacrante do imaginário, quaisquer que sejam os eleitos.
O grande aprendizado disso é que o medo traça o destino de muitos. Shakespeare disse que nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o que, com frequência, poderíamos ganhar, por simples medo de arriscar. Já Ayrton Senna dizia que o medo o fascinava. Era, também, uma resposta a Franklin Roosevelt, para quem a única coisa que devemos temer é o próprio medo. Sim, concordaria o escritor francês Standhal, lá pela primeira metade dos anos 1800, quando afirmou que o medo nunca está no perigo, mas em nós. É por aí, Helena, mas afastando-se da coragem de amedrontar, em sintonia com Umberto Eco: nada inspira mais coragem ao medroso do que o medo alheio.
Helena, amor, quando você sentir medo na alma, não se desespere, acenda as estrelas, aprenda com Mario Quintana: a noite acendeu as estrelas porque tinha medo da própria escuridão.
Beijos do heptavô
Sinto dizer que Chaplin não encontraria vida maravilhosa nestas paragens, tamanho os explosivos de medo detonando nas redes sociais, WhatsApps e redes neurais para atingir os eleitores. Se um marciano desavisado passasse por aqui, diria que o Brasil não passaria da semana pós-eleição, caso viesse a se realizar o pavor massacrante do imaginário, quaisquer que sejam os eleitos.
O grande aprendizado disso é que o medo traça o destino de muitos. Shakespeare disse que nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o que, com frequência, poderíamos ganhar, por simples medo de arriscar. Já Ayrton Senna dizia que o medo o fascinava. Era, também, uma resposta a Franklin Roosevelt, para quem a única coisa que devemos temer é o próprio medo. Sim, concordaria o escritor francês Standhal, lá pela primeira metade dos anos 1800, quando afirmou que o medo nunca está no perigo, mas em nós. É por aí, Helena, mas afastando-se da coragem de amedrontar, em sintonia com Umberto Eco: nada inspira mais coragem ao medroso do que o medo alheio.
Helena, amor, quando você sentir medo na alma, não se desespere, acenda as estrelas, aprenda com Mario Quintana: a noite acendeu as estrelas porque tinha medo da própria escuridão.
Beijos do heptavô