01 OS ANOS DE UM PEREGRINO
Poi. I. Coimbra- ano 1943 a 1949
Registro épicos 2312170917
01 Para os amigos leitores
Que apreciam me ler
Começo neste cordel
Minha vida descrever
Um ano em cada verso
Em setilhas eu confesso
Meu passado, vamos ver
02 Do ano quarenta e nove
De pouca coisa me lembro
Pois fazia cinco anos
Que eu estava vivendo
Portanto-as anomalias
E fatores que ocorria
Não gravava, eu era tenro
03 Todavia-houve compostos
Que marcaram minha mente
Como um rego d'água limpa
Que vinha de uma nascente
A colônia percorria
Todas casas se servia
De suas águas correntes
04 Faço essas descrições
Partindo do meu nascer
Que foi em um mês de março
De quarenta e quatro a correr
Ano da guerra brutal
De âmbito mundial
Matava gente a valer
05 No terceiro mês do ano
Daquele quarenta e nove
Cito as primeiras lembranças
Que minha mente promove
Eu tinha um gato rajado
Que era por mim cuidado
Ao lembrá-lo me comove
06 Do que eu levava susto
E que arrepios me dava
Era ver cobras rasteiras
Quando no quintal passava
Atraiam os pintinhos
Curiosos e bobinhos
Mas o gata as expulsava
07 Nos doze meses corrido
Daquele ano inteiro
Contados a partir de Março
Terminando em fevereiro
De muitos fatos me lembro
Ocorridos em dezembro
Devido ser mês festeiro
08 Até de um casamento
Janeiro cinqüenta, era
Tenho lembranças saudosas
Minha saudade não zera
Casou-se uma prima minha
Que era como rainha
Da colônia, a mais bela
09 Já no mês de fevereiro
Tive uns dias na escola
A professora Eloísa
Era uma boa senhora
Dela eu tenho saudade
Usava de caridade
Com os fracos da cachola
10 Eu era um daqueles
Cuja atenção variava
Pois só vivia pensando
Nos aviões que passava
Era louco pra voar
E vendo algum no ar
De desejo até chorava.
11 Pouco aprendi na escola
Em um mês que frequentei
Mas uma linda cartilha
Da professora ganhei
E com ela em minha casa
Minha mãe me ensinava
Bom para, ler eu fiquei,
12 Completo este cordel
Daquele primeiro ano
Porém meus assentamentos
Hão de ir continuando
O calendário avançou
Quarenta e nove passou
E-o cinquenta iniciando