A MINHA INFELICIDADE...
Acabou! Nosso tempo está passando,
Do sangue a sensação latina...
Ouço o coração pedir por tudo,
As lembranças mais vorazes...
Num pulsar que denuncia...
A minha infelicidade.
Acabou! O tempo vai minguando,
Não há no ar o cheiro de campina...
Cantar de pássaros confusos,
Lançando-se pelos ares...
Na tempestade que anuncia...
A minha infelicidade.
Acabou! O tempo vai se esgotando,
Salgando toda minha retina...
O olhar agora mais escuro,
Perdendo do teu os detalhes...
E o pingo no meu não renuncia...
A minha infelicidade.
Acabou! Mostra-me o tempo parando,
O amor no vôo certeiro de rapina...
Movimentos dolosos e escusos,
Marcas das garras e seu entalhe...
Em minh'alma receiosa que pronuncia...
A minha infelicidade.