POEMAS PODEM TUDO (dois rondéis)
I
Poemas podem quase tudo
Nem é preciso rimar
Gritos calados do mudo
Luzes de nunca apagar
Palavras soltas ao ar
Reações ao tempo bicudo
Poemas podem quase tudo
Nem é preciso rimar
Se desnecessário estudo
Carece de se acreditar
Possuir um olhar agudo
Dar vazão ao verbo criar
Poemas podem quase tudo
(Nem é preciso rimar)
II
Poemas podem quase tudo
Nem é preciso rimar
Ponha o coração desnudo
E destemor ao enfrentar
Luar, amor, flores, céu, mar
Qualquer tema por escudo
Poemas podem quase tudo
Nem é preciso rimar
Seja seu verso sisudo
Ou trouxer o gargalhar
Incomode o conteúdo
Ouvinte fique a pensar
Poemas podem quase tudo
(Nem é preciso rimar)