Imagem do Google / nucleodememoria.vrac.puc-rio.br



HIROSHIMA ESTUPRADA*
 


Hiroshima, Japão, aos seis de agosto,
ano quarenta e cinco, séc’lo vinte.
Da História do Universo bem no rosto,
o estupro de sessenta mil – o acinte.
 

O bum da bomba não há quem o pinte
e tentá-lo, por certo, traz desgosto.
Hiroshima, Japão, aos seis de agosto,
ano quarenta e cinco, séc’lo vinte.
 

Do avião, um piloto, no seu posto,
mão miserável de um letal requinte,
botão da morte aperta, muito a gosto.
De sangue o crime ianque os céus entinte!
Hiroshima, Japão, aos seis de agosto.
 

Fort., 05/08/2015.
 

- - - - -
(*) Aquela atrocidade não foi bomba, foi um estupro cometido 70 anos atrás. Um cogumelo atômico ganhou os céus de Hiroshima e, aí, 60 mil vidas nipônicas tombaram sobre os próprios corpos. Os “donos do mundo” acabavam de perpetrar o maior e mais brutal crime de guerra de todos os tempos; crime de lesa-humanidade e imprescritível, portanto passível de ser cobrado, um dia, no Juízo Final, a fim de que eles, EUA, sejam levados aos caldeirões de Lúcifer. Três dias depois, em 09 de agosto de 1945, a segunda bomba arrasava Nagasaki. Era outra hecatombe inominável e execranda. E tudo com a II Guerra Mundial já terminada, a Alemanha completamente batida, no campo bélico. Dois estupros hediondos, duas bombas atômicas detonadas pelo simples e bestial instinto da perversidade.
Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 05/08/2015
Código do texto: T5335204
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.