Perdido na metade do caminho
Percebe-se numa selva escura
Não mais reconhecia seu ninho
Só suportava a sua amargura...
Na metade da vida de agruras
Ao andar só sentia os espinhos
Perdido na metade do caminho
Percebe-se numa selva escura...
Não era firme, estava sozinho
Em seu corpo, alma e cultura...
Lia seu passado em pergaminho
Enfrentando sua verdade dura
Perdido na metade do caminho...
Excerto do poema “ Paranóia.”
Poema inspirado na obra “O Inferno” de Dante Alighieri (1265-1321), Poeta italiano. No primeiro episódio: a “Selva selvagia”, primeiro terceto. Introdução admirável na qual o poeta explica o termo perdido numa selva escura. Esta selva escura simboliza a floresta dos vícios, dos erros das pessoas durante a vida. Ele considera a vida como um caminho pelo qual a espécie humana peregrina entre o apogeu e a decadência. Dante escreveu poemas velados com mensagens gnósticas, para não ser colhido pela perseguição da igreja católica aos hereges. Considera-se que se Dante vivesse hoje seria favorável a Teologia da Libertação e ao Comunismo. Há quem duvide que “sob o véu dos versos estranhos” haja, de fato, uma doutrina escondida. Segundo o poeta italiano, esses, que têm um véu sobre os olhos, esses, ao lerem a “Divina Comédia” apenas se consolam, se deleitam com sua beleza...
* Núcleo Temático Filosófico.
Ibernise M. Morais Silva. Indiara (GO), 19.06.2007.
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