RONDEL DAS ÁGUAS

De cascata em cascata, em prantos d'água,

Sofrendo as amarguras do declínio,

Os rios tornam-se profundas fráguas,

Minguados cursos sem nenhum fascínio.

Atormentados por diversas pragas,

Vão, tendo a morte como vaticínio,

De cascata em cascata, em prantos d'água,

Sofrendo as amarguras do declínio.

Só lágrimas no mar eles deságuam,

Pois pouca vida resta, é morticínio,

E suas águas, córregos de mágoas,

Muito abatidas correm sem carinho,

De cascata em cascata, em prantos d'água

The, 14/05/2007 - -Humberto M. Feitosa