PAIXÃO

Oh! Efêmera paixão... Como ligeira tu passas!

És tempestade de verão em máxima grandeza,

que às trevas e aos fulgores rende graças,

e quando acalma, satura de paz a natureza!

Como Afrodite, imantada de ardileza,

o corpo, a alma, e o coração tu entrelaças!

Oh! Efêmera paixão... Como ligeira tu passas!

És tempestade de verão em máxima grandeza!

Embora a insensatez no amor que tu abraças

eu te saúdo, mesmo assim, ó negra realeza!

Pois que és sonho, torpor que envolve com certeza,

o coração do incauto bardo que enlaças!

Oh! Efêmera paixão... Como ligeira tu passas!

Nelson de Medeiros
Enviado por Nelson de Medeiros em 31/03/2007
Reeditado em 31/03/2007
Código do texto: T432994
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