PAIXÃO
Oh! Efêmera paixão... Como ligeira tu passas!
És tempestade de verão em máxima grandeza,
que às trevas e aos fulgores rende graças,
e quando acalma, satura de paz a natureza!
Como Afrodite, imantada de ardileza,
o corpo, a alma, e o coração tu entrelaças!
Oh! Efêmera paixão... Como ligeira tu passas!
És tempestade de verão em máxima grandeza!
Embora a insensatez no amor que tu abraças
eu te saúdo, mesmo assim, ó negra realeza!
Pois que és sonho, torpor que envolve com certeza,
o coração do incauto bardo que enlaças!
Oh! Efêmera paixão... Como ligeira tu passas!