DEPOIS DA CHUVA

No céu lavado a meia-lua brilha,

no fim da tarde ecoa um canto triste;

em cada nota, a dor é uma armadilha,

dessa guitarra cujo som persiste.

Enquanto a alma busca a sua trilha,

mas no horizonte o sol já não existe,

no céu lavado a meia-lua brilha;

no fim da tarde acoa um canto triste.

A dor real, menor que um grão de ervilha,

rola esquecida, com quem desiste,

e a ventania faz tombar a bilha,

de onde as estrelas rolam como alpiste...

No céu lavado a meia-lua brilha!

nilzaazzi.blogspot.com.br