Palavras do Silêncio!
Ah, como doem as palavras do silêncio!
Como espadas cerradas que gritam ao vento.
Não sabem elas que o coração alvoroçado e insatisfeito,
chora, clama, sofre em busca do sol, o alento.
Tenta barganhar as vozes com canções do peito,
e perambula pelos mesmos caminhos feitos.
Ah, como doem as palavras do silêncio!
Como espadas cerradas que gritam ao vento.
Não sabe o coração que este caminho é estreito
e já longe vive o sol, indiferente ao choro lento.
Sem piedade, crescem as nódoas do tempo,
ardem como facas que agitam-se ao vento.
Ah, como doem as palavras do silêncio!