DO OUTRO LADO DA RUA

que seja só para prantear as mágoas,
no ombro amigo de quem nessa casa mora;
daquele anjo que minhas dores enxágua
e seca minhas lágrimas a toda hora.

fosse apenas viso de uma clara aurora
que desponta empós as divisórias águas;
que seja só para prantear as mágoas
no ombro amigo de quem nessa casa mora.

ensopo em prantos minhas parcas anáguas,
é quando em meu triste leito insone choro;
se em devaneio, leso, no frio Aconcágua
e quando nesses caminhos me demoro,
que seja só para prantear as mágoas.


140312

Afonso Martini
Enviado por Afonso Martini em 14/03/2012
Reeditado em 16/03/2012
Código do texto: T3553386
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