Jorge Linhaça
 
Crepita o fogo nos archotes
em alaranjadas labaredas
como um ritual de sacerdotes
invocando alguma deusa grega
 
Minhas lembranças, holofotes,
da paixão louca em tal entrega
crepita o fogo nos archotes
em alaranjadas labaredas
 
Memórias frias, sem retoques
de noites perdidas nas tavernas
tentando afastar-me de teu toque
e como uma  punição eterna
crepita o fogo nos archotes