Carta de desamor (em rondel corrompido ao final, por motivo de força maior)
Escrevo pra dizer que não mais amo.
(Negar o amor: que ato natural...)
Navego bem e só, em breu paramo;
declino timoneiro nessa nau.
E já consigo ver, ornamental,
da planta que morreu, o inútil ramo.
Escrevo pra dizer que não mais amo.
(Negar o amor: que ato natural...)
Mas (ai!), há tempos fiz do amor meu amo...
Querendo dar um giro, fiz jirau,
e vejo-me enredada com o que tramo:
negar o amor – que ato desigual!
Escrevo (mas não digo!): não mais amo.