MISÉRIA ABSOLUTA

MISÉRIA ABSOLUTA

rabicho recheado de rebentos,

nem pão dormido têm pra cada dia.

pra alimentar, haja sólidos ventos,

uma vida assim é eterna agonia.

a rua, sua bela moradia;

pedir esmolas: coisa do momento.

rabicho recheado de rebentos

nem pão dormido tem pra cada dia.

triste é viver na rua; é desalento.

em baixo da ponte na noite fria.

dos vis maus tratos nunca estão isentos

a mãe está sofrendo, embora ria;

rabicho recheado de rebentos.

200811 – Afonso Martini

Afonso Martini
Enviado por Afonso Martini em 20/08/2011
Reeditado em 20/08/2011
Código do texto: T3171068
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