MISÉRIA ABSOLUTA
MISÉRIA ABSOLUTA
rabicho recheado de rebentos,
nem pão dormido têm pra cada dia.
pra alimentar, haja sólidos ventos,
uma vida assim é eterna agonia.
a rua, sua bela moradia;
pedir esmolas: coisa do momento.
rabicho recheado de rebentos
nem pão dormido tem pra cada dia.
triste é viver na rua; é desalento.
em baixo da ponte na noite fria.
dos vis maus tratos nunca estão isentos
a mãe está sofrendo, embora ria;
rabicho recheado de rebentos.
200811 – Afonso Martini