V É S P E R A
VÉSPERA
Pois já estou em véspera de um centenário,
velho demais para o lírico canto
Mas se assim o quer meu louco fadário
sigo regando a estrada com meu pranto.
Doces musas me aliciam e encantam,
quais sereias de um mar imaginário,
pois já estou em véspera de um centenário
velho demais para um lírico canto.
Deixando ali seu belo comentário
amo vê-las nas ruas do recanto.
Da beleza sou ferrenho sectário,
embora fale do impuro... nem tanto,
pois já estou em véspera de um centenário.
110811 – Afonso Martini