QUE PENA...
(rondel)
Não foste a claridade pura do sol!
E eu, manhã, tanto queria ser luz...
Não me ouviste canto de rouxinol
Nem foste o eco que reverbera e conduz.
Na futilidade da hora tonta que seduz
Gravitavas coral preso à atração do atol.
Não foste a claridade pura do sol!
E eu, manhã, tanto queria ser luz...
Ignoraste o cativo olhar do girassol
Que confundia-te com o ouro que reluz
E te seguia com um imã na ponta do anzol
Querendo pescar-te estrela na manhã de luz...
Não foste a claridade pura do sol!