“O PUNHAL DA SAUDADE SANGRA O PEITO,
ABRE SULCOS NA CARNE E NA ILUSÃO!”
Odir, de passagem
(Decantando um mote colhido no soneto ´"PUNHAL DE SAUDADE" , do poeta MANEZINHO DE ICÓ)
Eu tento te esquecer, mas não consigo.
O rastro do teu riso ronda a casa,
corre quartos e sala e se extravasa
por todo canto onde procuro abrigo!
O teu corpo parece estar comigo;
só de teu cheiro cheira o meu colchão.
Estás comigo até na solidão,
na nostálgica noite de meu leito!
O punhal da saudade sangra o peito,
abre sulcos na carne e na ilusão!
Tu me prendes, passada, no presente,
pisando passos pelo corredor,
o teu passo passando a provedor
do martírio anormal da minha mente!
Quando pretendo te esquecer somente,
fazer-te ausente do meu coração,
mesmo que venha a te pedir perdão
pelo mal, que não lembro haver-te feito!
O punhal da saudade sangra o peito,
abre sulcos na carne e na ilusão!
Mas eu juro, na jura mais concreta,
que num dia qualquer te esquecerei!
A data desse dia inda não sei,
por isso a minha jura é incompleta.
É sempre assim a jura de um poeta:
ele jura do amor a negação
e depois se alimenta da ilusão
para lembrá-lo, mesmo contrafeito.
O punhal da saudade sangra o peito,
abre sulcos na carne e na ilusão!
JPessoa, 01.10.10
ABRE SULCOS NA CARNE E NA ILUSÃO!”
Odir, de passagem
(Decantando um mote colhido no soneto ´"PUNHAL DE SAUDADE" , do poeta MANEZINHO DE ICÓ)
Eu tento te esquecer, mas não consigo.
O rastro do teu riso ronda a casa,
corre quartos e sala e se extravasa
por todo canto onde procuro abrigo!
O teu corpo parece estar comigo;
só de teu cheiro cheira o meu colchão.
Estás comigo até na solidão,
na nostálgica noite de meu leito!
O punhal da saudade sangra o peito,
abre sulcos na carne e na ilusão!
Tu me prendes, passada, no presente,
pisando passos pelo corredor,
o teu passo passando a provedor
do martírio anormal da minha mente!
Quando pretendo te esquecer somente,
fazer-te ausente do meu coração,
mesmo que venha a te pedir perdão
pelo mal, que não lembro haver-te feito!
O punhal da saudade sangra o peito,
abre sulcos na carne e na ilusão!
Mas eu juro, na jura mais concreta,
que num dia qualquer te esquecerei!
A data desse dia inda não sei,
por isso a minha jura é incompleta.
É sempre assim a jura de um poeta:
ele jura do amor a negação
e depois se alimenta da ilusão
para lembrá-lo, mesmo contrafeito.
O punhal da saudade sangra o peito,
abre sulcos na carne e na ilusão!
JPessoa, 01.10.10