QUEM ÉS? (Rondel)

Ah! Que tristes e impenetráveis são teus cantos.

Ah! Quantas dores, quantos ais... Quanta saudade...

Quantas liras de amor que em todos os recantos

ecoam sofridas nas dobras da eternidade!

Mas ó doce Euterpe: -Por que tantos encantos

se escondem em segredos e nebulosidade?

Ah! desvenda-me o arcano desses mundos santos,

vem a mim, filha de Zeus, vem doce deidade,

Pois que eu morro ao ver-te assim, versejando em prantos...

Quem és, afinal, impávida claridade?

De que orbe vieste sussurrando-me acalantos

em louvores d!um amor, no mundo, raridade!

Ah! que tristes e impenetráveis são teus cantos.

07/09/2006

Nelson de Medeiros
Enviado por Nelson de Medeiros em 09/09/2006
Reeditado em 06/10/2024
Código do texto: T235989
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