noite traiçoeira-patre ll
MAL O DIA RAIAVA, O EXUBERANTE SOL JÁ EXBANDIA SUA CLARIDADE POR ENTRE A JANELA DO QUARTO, FAZENDO COM QUE ANTÔNIO DESPERTASSE.
A MANHÃ PARECIA AGRADÁVEL, PERFEITA PARA UMA LONGA CAMINHADA NO PARK, MAS NÃO PARA NTONIO. SE APROXIMANDO DA JANELA,PERCEBEU O CHEIRO DE TERRA MOLHADA CAUSADO PELA CHUVA, E POR ALGUNS INSTANTES LAMENTOU NÃO PODER CONTEMPLAR A BELEZA DAQUELE DIA DE PERTO, LAMENTOU NÃO PODER SENTIR O CALOR DAQUELE SOL DE INVERNO. ESTAVA TÃO PRÓXIMO A NATUREZA, E NO ENTANTO NEM PODIA SENTI-LA.
COM SEU COMPUTADOR LIGADO, ANTONIO SENTIA QUE TINHA TUDO DO QUE PRECISAVA EM MÃOS, AS PALAVRAS, A MÁGIA DE PODER ECREVER NAS PÁGINAS EM BRANCO DE SUA PRÓPRIA VIDA. RECOMEÇOU DE ONDE PAROU.
AO SOM DA CAMPAINHA ALGO DE MUITO ESTRANHO ACONTECEU...
SE OS ROCKFEBER FOSSEM UMA FAMÍLIA NORMAL, PODERIA SE DIZER QUE AGUARDAVAM ALGUÉM PARA O JANTAR, PORÉM TODOS DA REGIÃO SABIA QUE ELES ERAM ANTI SOCIAVEIS.
AO ABRIR A PORTA, NEUZA SE SURPRIENDEU...
UM ESTRANHO CASAL DE VELHOS A OLHAVAM PROFUNDAMENTE.
DESCONHECENDO AQUELAS PESSOAS, PERGUNTOU EDUCADAMENTE:
- O QUE DESEJAM?
O CASAL CONTINUAVA INERTE.
DOM MAXUEL, AO PERCEBER A DEMORA , DIRIGIU-SE ATÉ A PORTA. ANTES QUE PRONUNCIASSE QUALQUER PALAVRA, O HUMILDE CASAL COMEÇOU A SE EXPLICAR:
- DESCULPE-NOS MEU SENHOR, MEU NOME É JAIRO E ESTA É MINHA ESPOSA LUCIEL, ESTAVA-MOS SEGUINDO VIAGEM QUANDO ESTA CHUVA NOS FISGOU, NÃO VÍAMOS ONDE NOS ESCONDER E AO AVISTARMOS QUE VOSSA RESIDENCIA ESTAVA DE LUZES ACESAS, PENSAMOS QUE O SENHOR PODERIA...
- ABRIGA-LOS AQUI ENQUANTO A CHUVA NÃO PASSA?- INTERROMPEU DOM MAXUEL COM SEU SORRISO SARCÁSTICO E EM TOM ARROGANTE.
-SIM, - RESPONDEU O VELHO.
TODOS SABIAM QUE DOM MAX , COMO ERA CHAMADO POR TODOS, ERA UMA DAS FIGURAS MAIS IMPORTANTES DA REGIÃO, E QUE CORTESIA NÃO FAZIA PARTE DE SUA ROTINA DIÁRIA. DESDE A MORTE DE SUA ESPOSA A LINDA E DOCE BERNADETE, DOM MAX HAVIA SE TORNADO UMA PESSOA FRIA, AMARGA, APARENTEMENTE MUITO SOLITÁRIA. SEUS FILHOS MARYLEN DE 12 ANOS APROXIMADAMENTE, E EDWARD DE 14, NUNCA MAIS VIRAM SE QUER UM SORRISO NO ROSTO DO PAI. A ROTINA DA CASA ERA SEMPRE A MESMA: PELA MANHÃ, AS CRIANÇAS IAM PARA ESCOLA APÓS UM SILENCIOSO CAFÉ DA MANHÃ. NEUZA CUIDAVA DA CASA, DO ALMOÇO, E PREOCUPAVA-SE PRINCIPALMENTE COM AS VONTADES ESTAPAFURDIAS DE DOM MAXUEL. O ALMOÇO ERA SILENCIOSO, PAI E FILHOS NÃO TROCAVAM SEQUER UMA PALAVARA. A NOITE ENQUANTO O JANTAR ERA PREPARADO, DOM MAXUEL COSTUMAVA ENSINAR AS CRIANÇAS ALGUMAS REGRAS DE VIDA, SEGUNDO ELE, NA VIDA O MAIS IMPORTANTE ERA GANHAR, SEMPRE GANHAR, UM SIMPLES JOGO DE BARALHO JAMAIS SERIA DIVERTIDO , AO MENOS QUE VOCÊ GANHASSE.
VOLTANDO AO CASAL DE VELHOS...
OPS, HORA DO ALMOÇO.
ANTÔNIO DEIXOU SEU COMPUTADOR LIGADO PARA CONTINUAR DEPOIS.
(CONTINUA)