Igarapés*

Caminho sobre pedregulhos
que dilaceram meus pés.
Na margem ouço marulhos
aspiro o sal das tuas marés...


Espírito pressente-te através,
das águas ferinas, em borbulhos...
Caminho sobre pedregulhos
que dilaceram meus pés.


Dores intensificam sem orgulhos
afogam no mar quaisquer fés.
Descrente e covarde, evito mergulhos
co'alma resignada em busca de igarapés
caminho sobre pedregulhos...



Obrigado amada Cassia pela belíssima réplica, abrilhantando minha escrivaninha com teu dom. Beijo-te.

Pedregulhos ferindo os pés,
abrolhos de dor sem perdão,
algózes com mansas vozes,
nas ondas quebradas nas pedras,
que ainda me ferem os pés.
Nas palmas vertem o sangue,
das mãos estendidas em preces,
as águas levaram com elas,
as areias da minha fé.
Orgulho de náufragos sentidos,
opostos aos meus tempos idos,
quão manso era meu coração,
agora perdido entre os igarapés,
e meus pés continuam feridos.
 
Cassia Da Rovare
Karinna
Enviado por Karinna em 31/08/2009
Reeditado em 31/08/2009
Código do texto: T1785381