Versos na noite


Sorvo versos, em demasia, no calar da noite
Sem perceber que então escureço minh' alma

Até a leve fantasia, pesa nos ombros em açoite
Falta-me o sono e só tua presença me acalma.

Não vens  e a  madrugada não tarda, pernoite
Cedo se faz, versejo mais e mais.  Sem viv’alma
Sorvo versos, em demasia, no calar da noite
Sem perceber que então escureço minh' alma

A poesia estrangula e libidinosa é acoite
A dor é companhia. Heresia falar em paz e calma
Até o poema se transforma, a dor é afoite
Deixando meu pranto estéril. A saudade espalma

Sorvo versos, em demasia, no calar da noite.
 
Fatima Mota/ Eritania Brunoro
 


FATIMA MOTA
Enviado por FATIMA MOTA em 12/01/2009
Reeditado em 18/04/2009
Código do texto: T1381286
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