LAGO

Na estranha ilusão de um eu dormente
Encontra-se a semente de um talvez,

Jorrando girassóis de minha mente
Nos bosques opalinos do jaez.

Embrenho, mas se o horto reluzente
É lago natimorto que se fez

Na estranha ilusão de um eu dormente,
Encontra-se a semente de um talvez.

Na borda cristalina em minha frente
Espalho a água mansa e sua tez.
Aclara o respingar deste dolente
Espelho e sentimento da rudez,

Na estranha ilusão de um eu dormente.

Nilza Azzi /
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Vitor de Silva