A ÚLTIMA SESSÃO DE FREUD

Uma instigante peça teatral que está se despedindo de Sampa.

A próxima será a última semana da apresentação.

Vale assistir.

Trata -se dum " bate-papo" entre Freud, pai da psicanálise , na interpretação de ODILON WAGNER e o escritor C.S. LEWIS , intelectual multifacetado, mais popularmente conhecido pelas CRÔNICAS DE NÁRNIA e interpretado por CLÁUDIO FONTANA.

A ambientação cenográfica, na sala do divã de Freud , tendo como pano de fundo uma enorme estante de madeira envelhecida, com muitos livros e várias esculturas de deuses mitológicos, e sob a sonoplastia do início da SEGUNDA GUERRA MUNDIAL , é muito impactante, principalmente no momento atual de tanta conturbação bélica no nosso Planeta.

Somos transportados à metade do séc. XX.

Que foi ontem...

O debate, alicerçado em muitos detalhes sutis do diálogo , se trava sobre o tema "EXISTÊNCIA OU NÃO DE DEUS" , respectivamente entre um ateu convicto e um ex ateu passionalmente convertido ao Cristianismo.

O ponto alto da peça é a brilhante interpretação de ODILON WAGNER que coloca um realismo impressionantemente perfeito num personagem intelectual , ora já senil e gravemente doente, o que lhe valeu uma justa premiação pelo desempenho artístico, o da APCA 22.

O personagem também encena a FRAGILIDADE HUMANA, a de todos nós, sob a minha sensação, a comovente mensagem principal dessa peça.

Ao término do espetáculo, quando os atores voltam ao palco para as palmas, a gente sente o impacto da nítida diferença entre a linguagem corporal do FREUD e a pessoa do ator .

De fato, ODILON WAGNER é excepcional .

Já o debate deixa em aberto o GRANDE MISTÉRIO, aquilo que ninguém sabe ...mas sente...