Uma Silenciosa Lição

Versando pelas Artes Visuais o C. C. P. I. abarcou mais uma valorosa temporada onde a Leveza, a Rapidez, a Exatidão, a Visibilidade, a Multiplicidade e a Consistência brindaram-se, em cada momento!

O contexto imprimiu uma tríade de personalidades que, tocadas em suas essências por sigilos pessoais, alinharam-se virtuosamente às premissas do relevante testamento artístico deixado pelo escritor italiano, Ítalo Calvino (1923/1985) através da sua obra “Seis Propostas para o Próximo Milênio”.

A comunicação cênica visualmente magnética e telepática apresentou-se sincronizada a uma ambientação agreste, onde a natureza típica expressou-se predominantemente degradê monocromático ocre/âmbar, adornado por arranjos disformes, personificando um universo tosco, onde os envolvidos condicionados a uma mandala, entrelaçaram-se em suas psiques, guiadas pela jornada circular em busca do abstrato existencial.

A configuração dos personagens se expressou sinuosamente dinâmica, ao longo das etapas que evoluíram desvinculadas do convencional e do previsível.

As performances se atraíram e se repeliram agilmente, com impressões sensoriais simultâneas por sucessivas reconstruções que se superaram em cada movimento.

Impactante e envolvente, as ações conferiram sensações intimistas, convidando o público a refletir em suas entranhas, a redescoberta do Criador em si, a partir da ruptura do silêncio que cedeu melodiosamente o seu lugar, à Luz Interior, através do cancioneiro popular “Se Eu Quiser Falar Com Deus” de autoria do cantor, compositor e instrumentista Gilberto Gil.

O desfecho surpreendeu pela “saída à francesa”, consagrando o espetáculo a uma valorosa e imersiva experiência terapêutica.

FerrCan
Enviado por FerrCan em 25/08/2022
Reeditado em 25/08/2022
Código do texto: T7590884
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