E NEM ANNIE FOI POUPADA...

RESENHA E OPINIÃO

Quero contar a vocês um fato curioso: o Espetáculo famoso da Broadway, o musical Annie, baseado no clássico da pequena órfã , está por aqui...em Sampa.

Uma história linda, terna, comovente e que, de certa forma, repete flashes da perene injustiça social que a Humanidade protagoniza, chegando até relembrar, bem de leve, o embasamento social de cenas de Víctor Hugo em os Les Misérables.

Suponhamos que alguém que o assista não esteja acompanhando o que ocorre hoje no BRASIL e tampouco saiba dum certo monopólio que a arte tem por aqui, talvez não tivesse sentido o que senti ali.

Peço licença para me reportar ao meu sentimento.

O de que a pequena Annie foi subliminar, estratégica e poeticamente colocada para militar um polo do nosso cenário atual.

Poderia ser engano meu se, já fechadas as cortinas, dois artistas não explicassem a plateia, o quanto aquela arte dá empregos e o quão importante é a LEI ROUANET.

Nessa hora senti que as palmas se arrefeceram. Caramba...

Claro que é importante a tal lei, esse mérito é indiscutível.

Na minha opinião o que é discutível é que

OS FINS NÃO JUSTIFICAM MEIOS.

Pobre Menina Annie!

Quantas por aqui e por ali...que , na sua ingenuidade, sequer desconfiam de que são pérolas AO MOMENTO.

O espetáculo delicado tem seu ponto alto no elenco infantil e no cãozinho de Annie que, igualmente às crianças, sequer tem ideia das militâncias disseminadas e surreais.

Real mesmo é a desigualdade social crescente e a luta cáustica e doente pela sobrevivência, palcos dramáticos que ideologia alguma- nem as dos papais- noéis do mundo!- dá jeito.

Mavi, só opinando sobre o que vi e senti.