agarrar
eu quero agarrar o mundo entre as pernas. sufocar, provocando terremotos e tempestades, passar as minhas intimidades na boca do mundo
e gritar que soou marginal, que sou vagabundo. fazer sexo intelectual gozando a cada segundo, pra fecundar a terra do meu esperma imundo.
eu quero cuspir cada afeto, cada causa, cada dengo, cada caricia, cada colo na cara do mundo e vadiar a terra queimando muita erva espiritual, numa selva transcendental e por os fardados pra correr! vão lamber o cú da zona sul, que o da zona norte já tá mais sujo.
vão cheirar o pó da caretice pra fingir que esqueceram sua dores
e depois
se enfiar nos edificios do Dionisio Torres! e limpe a sua bota,
antes de entrar aqui em casa!
aqui não é Aldeota e a minha revolta
não passa, Brasil!
com anador nem doril!
de: antonio viana - estadodepoeta@gmail.com