SACRA FOLIA

MODALIDADE LITERÁRIA: TEATRO

GÊNERO: AUTO*

AUTOR: LUIS ALBERTO DE ABREU *

DIREÇÃO JOSE ANTÔNIO DO CARMO *

LOCAL: OFICINA DE TEATRO MAZZAROPPI – COORDENADOR: GERSON FONTES - PROJETO TERCEIRA IDADE -

DATA: 22/12/2012 - A PARTIR DAS 19 HORAS

LOCAL: AVENIDA RANGEL PESTANA Nº 2401 - BRÁS – SÃO PAULO – CAPITAL – PRÓXIMO AO LARGO DA CONCÓRDIA – METRO E ESTAÇÃO CPTM BRÁS, ASSIM COMO VÁRIOS ÔNIBUS PASSAM NO LOCAL

TELEFONES: (11) 2292-7071 / 2292-7711

PERSONAGENS E RESPECTIVOS ATORES

JOÃO TEITÉ, GUIA – DIRCE GONÇALVES CARNEIRO

MATIAS CÃO, GUIA – ETELVINA UMBELINO

MARIA – ELIDIA TAVARES PRESTES

JOSÉ – MARIA DO SOCORRO

HERODES, O REI DA JUDÉIA – MIGUEL SANCHES

BORACÉIA, A RAINHA – ANA THERESA CORABI

ESCRAVA MATEÚSA – HELENA COSTA

DIABO – NESIA DE MORAES

ANJO GABRIEL – MARIA DE JESUS

ANJO MIGUEL – ODETE ARAUJO

ANJOS AUXILIARES – ALAIDE ALVES – ELENICE COSTA – ELZA BUENO – ANAILDE DE JESUS

NARRADOR: ELZA BUENO

SOLDADOS – ALAIDE DE MORAES - ELENICE COSTA – ANAILDE DE JESUS

O ENREDO

A Sagrada Família, rumo a Belém da Judéia, fugindo da matança dos inocentes perpetrada por Herodes, Rei da Judéia, se perde e vem parar no Brasil, no sertão nordestino. Aqui, a perseguição continua. Nada conhecendo desta terra, precisam de ajuda para chegar ao destino e salvar o menino Jesus da matança, porque seu nascimento representa uma ameaça ao reinado de Herodes e sua mulher, a Rainha Boracéia.

Conforme a profecia bíblica, um menino iria nascer e tornar-se o Rei dos Judeus. Por isso Herodes mandou eliminar todas as crianças na faixa de idade de Jesus, por representar ameaça ao seu trono.

Para chegar a Belém da Judéia, a Sagrada Família procura ajuda com os guias turísticos da região.

Apresentam-se João Teité , interesseiro e trapalhão, um misto de personagem tragicômico-trapalhão-astuto e aprendiz de malandro. Nele lampejam o medo, a matreirice, a astúcia, a inteligência, a agilidade e outros atributos presentes e necessários para concretizar o seu projeto de encontrar a Sagrada Família antes do seu concorrente Matias Cão , conduzi-la a Belém e receber a paga pelo seu serviço, estipulado em contrato com firma reconhecida e autenticado. O curioso é que nas cláusulas de pagamento constam, não dinheiro, mas gêneros alimentícios, tudo em grande quantidade. É a grande preocupação de João, quase uma ideia fixa: a comida.

Por sua vez, Matias Cão também procura a Sagrada família para guiá-los a Belém, e assim também obter vantagens. Como João, Matias também tem tino comercial, mas sua personalidade é um contraponto à de João, mais ponderado, objetivo e racional, não é tão atirado a aventuras comercias como João, por isso não raras vezes, João lhe passa a perna e lhe dá prejuízo. Por isso os dois rompem a sociedade, passando a trabalhar cada um por sua própria conta, numa verdadeira corrida rumo à Sagrada Família visando ao pagamento com lucros e dividendos.

Assim, são três grupos no encalço da Sagrada Família: A trupe de Herodes, João e Matias. E a Sagrada família se vê envolvida ora com o grupo de Herodes, ora com João, ora com Matias.

Cada um lança mão de artimanhas e truques de concorrência, como a espionagem comercial, para chegar primeiro e conseguir realizar o projeto e assim ganhar a recompensa.

Alternam-se na acusação de usurpação do papel de guia e de roubar o negócio do outro.

Matias foge primeiro com a Sagrada Família, mas João sai ao encalço a fim de encontrá-los e recuperar o seu posto de guia.

João encontra a Sagrada Família e rouba o menino, enquanto Maria lava roupa. Começa uma perseguição da trupe da Sagrada Família. João esconde o menino e assim consegue negociar seus honorários com o Anjo Gabriel, fiel escudeiro da Família.

Mas a trupe de Herodes também está atrás de João para pegar o menino. Maria intima-o para trazer o menino; Herodes ameaça. Quer o menino. João, dividido, faz considerações sobre sua situação. E decide entregar a criança. De surpresa, o Demônio arrebata-lhe a criança para Herodes.

Herodes manda matar a criança. Descobre que o enrolado entre os panos é um boneco.

João agora é perseguido pela trupe de Maria e Herodes.

Por fim, a trupe da Sagrada Família encontra João lhe dá uma surra.

Chama por Maria, que se mostra irredutível. Não aguentando mais apanhar, grita que chega e conta que desde o começo está negociando um boneco e que o menino está escondido; pega-o e entrega a Maria.

A trupe de Maria quer maltratar João. Ele apela para ela vir em sua defesa, intercessora e advogada. Ela aceita, pois afinal das contas o menino está vivo e salvo.

Então dirigem-se a Belém. A trupe descobre que João os guia a Belém do Pará e não a Belém da Judéia. João se defende, dizendo que ninguém falou em Judéia, nem consta do contrato e exige o pagamento.

Gabriel se nega a cumprir o contrato, viram as costas em retirada, mas

João esclarece que vai ser difícil eles saírem do país com uma criança que não é deles. Para surpresa geral, João tinha registrado a criança em seu nome.

A trupe volta estupefata, Matias fala em exame de DNA. João zomba: como fazer DNA para provar que o menino é filho do Espírito Santo?

E com a burocracia reinante, levarão muito tempo para regularizar a situação do menino.

Sem saída, voltam a negociar a permanência do menino aqui no Brasil, e começam as propostas como se estivessem numa mesa de truco: 6 meses, 30 anos, 2 anos, e por fim, 20 anos.

O sonho de João é ver o menino realizar a promessa de fartura, banquete, realizar os prodígios, milagres, transformar água em vinho, multiplicar pão e peixe e por extensão – e na lógica gulosa de João, multiplicar presunto, churrasco, peru, picanha, frango, banana, vinho... ” E nunca mais haverá fome”, diz José.

Realizar a promessa de fartura, banquete universal, mesa sempre posta, que nunca termina, é a ambição de João. Mas... sem fome? Qual é a graça? Pois sem ela, de que vale o banquete? De que vale a fartura, sem fome, se “A felicidade do homem é feita de três coisas principais: a fome, a comida, e a vontade de comer"?

Chegam num acordo e o menino fica entre nós, o próprio Deus vivendo em terras brasileiras, como homem-cidadão-contribuinte.

O Anjo Gabriel encerra o Auto, como fizera no início, conclamando todos para vivenciar a alegria, a celebração, o canto e o riso, porque Deus - é Brasileiro! E gosta de carnaval!

COMENTÁRIO:

Os elementos característicos de um auto são encontrados no texto do autor, a exemplo da gula, a ganância, a denúncia sobre a fome, a miséria, a crítica aos governantes, ao ambiente político, o paralelismo da matança dos inocentes da Judéia com a matança dos meninos da Candelária no Rio de Janeiro, a questão da segurança, os anjos, o demônio, os soldados, o tráfico de crianças, o desespero da mãe que tem o seu filho sequestrado, o medo, o perdão, o costume de celebrar o Natal, a burocracia, as festas populares, com musica e dança.

São elementos presentes no cotidiano brasileiro, fatos históricos, comportamento humano, político, função de anjos e soldados, referência a relação trabalhista, crendices e fé.

O texto é primoroso e este comentário não esgota e nem perscruta a riqueza do seu conteúdo. Este trabalho representa apenas uma primeira leitura, simples e breve, do trabalho de Luis Alberto de Abreu.

O Diretor José Antonio do Carmo, tem publicado um estudo acadêmico, científico e teórico desta peça e do seu autor, assim como de outros textos e autores. Vale a pena e eu recomendo conferir seu primoroso trabalho de análise, crítica teatral e literária, bem como textos de sua própria autoria em seu blog (http://carmmo.wordpress.com/luis-alberto-de-abreu/)

REFERENCIA:

ZÉANTONIO DO CARMO – LUIS ALBERTO DE ABREU (BLOG)

http://carmmo.wordpress.com/luis-alberto-de-abreu/

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NOTAS :

1) Gênero teatral = auto

2) Auto (latim: actu = ação, ato) é uma composição teatral[1] do subgênero da literatura dramática, surgida na Idade Média, na Espanha, por volta do século XII. De linguagem simples, os autos, em sua maioria, têm elementos cômicos e intenção moralizadora. Suas personagens simbolizam as virtudes, os pecados, ou representam anjos, demônios e santos.

Em Portugal, no século XVI, Gil Vicente é a grande expressão desse gênero dramático. Camões e Dom Francisco Manuel de Melo também adotaram essa forma. O auto era escrito em redondilhas e visava satirizar pessoas. Como os autos de Gil Vicente deixam perceber claramente (vide, por exemplo, o Auto da Alma e Auto da Barca do Inferno), a moral é um elemento decisivo nesse sub-gênero. (Fonte: Wikipédia)

3) LUIS ALBERTO DE ABREU – Autor. Ver biografia completa, crítica e análise de sua obra no blog de José Antonio do Carmmo:http://carmmo.wordpress.com/luis-alberto-de-abreu/

4)JOSÉ ANTONIO DO CARMMO. Diretor da peça. Ator, diretor, escritor, entre outros. Ver biografia completa, currículo, obras, análise acadêmica e critica teatral do Auto Sacra Folia e outros textos e autores no blog http://carmmo.wordpress.com/luis-alberto-de-abreu/

16/12/2012

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CONVITE: ABERTAS AS INSCRIÇÕES PARA A TEMPORADA 2013 PARA VÁRIAS MODALIDADES ARTÍSTICAS, DESDE CANTO, TEATRO, DANÇA, CINEMA, SERESTA E OUTRAS. O NÚCLEO TERCEIRA IDADE É MUITO INTERESSANTE, E OS OUTROS TAMBÉM.

OFICINA CULTURAL AMACIO MAZZAROPI.

LOCAL: AVENIDA RANGEL PESTANA Nº 2401 - BRÁS – SÃO PAULO – CAPITAL – PRÓXIMO AO LARGO DA CONCÓRDIA – METRO E ESTAÇÃO CPTM BRÁS, ASSIM COMO VÁRIOS ÔNIBUS PASSAM NO LOCAL

TELEFONES: (11) 2292-7071 / 2292-7711

APROVEITEM. OS CURSOS DE JANEIRO SÃO DE CURTA DURAÇÃO. EM MARÇO COMEÇAM OS MAIS LONGOS - 3 MESES.

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DIANA GONÇALVES
Enviado por DIANA GONÇALVES em 19/12/2012
Reeditado em 19/12/2012
Código do texto: T4042860
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