Acorda Prexedes!!!
“Acorda Seu Prechedes”
Texto: Maylson Medeiros
Personagens:
Maria Quibrocó
Seu Prechedes
10 filhos – Lálá, lélé, lili, lóló e Mariazinha, tatá, Tetê, titi, tótó e José
Tia Titia (professora)
Juvenal Babau (conselho tutelar)
Neca fulô (apresentador de TV) (acompanhado do câmera)
Discurso textual: Trabalho infantil
(entra seu Prechedes, chama os filhos que entram logo após serem chamados)
SEU PRECHEDES – (chamando e contando nos dedos) Ôõõõ Lálá, lélé, lili, lóló (esquece) ... o que vem derpois meu Deus... ah Mariazinha bem, ta cumeçando o dia então ramos trabalhar purquer priguiça num enche a pança.
MARIAZINHA – O sinhô num vai chamar os outros não?
SEU PRECHEDES – Vou sim! ÔÔÔ tatá, Tetê, titi, tótó e (esquece)... me esqueci de novo
MARIAZINHA – é o José pai!
SEU PRECHEDES – há lembrei, e josé... bem, hoje vai todo mundo trabalhar muito, vai três pro roçado, quatro pra criação, duas pra cuidar da casa e você Mariazinha, vai pra escola dizer pra professora que todo mundo ta doente.
MARIA QUIBROCÓ – Prechedes meu marido, deixa os meninos estudar homi, eles tão faltando aula de mais.
(Seu Prechedes pega um cinturão)
SEU PRECHEDES – quero saber quem é que quer ir pra escola aí?
(todos amedrontados balançam a cabeça dizendo que não)
SEU PRECHEDES – Ta vendo Maria... ninguém quer ir pra escola, eles gosta mesmo é de trabalhar.
MARIA QUIBROCÓ – Acorda Prechedes, daqui a pouco chega a professora perguntando o que foi que aconteceu!
(Entra a professora e se posiciona como se esperasse abrir a porta)
PROFESSORA – ô de casa!!! Sou eu, a professora Titia...
SEU PRECHEDES – Ô boquinha Maria Quibrocó... pode entrar...
PROFESSORA – Bom dia Seu Prechedes, Dona Maria Quibrocó, eu vim saber por que os meninos num tão indo pra escola?
(Prechedes com cinturão e cara ruim)
SEU PRECHEDES – tão tudo doente professora, num tão meninada?
(balançando a cabeça dizendo que sim)
PROFESSORA – Acorda seu Prechedes! Daqui a pouco o conselho tutelar bate na sua porta e o negócio fica mais sério...
(Juvenal babau entra e se posiciona como se esperasse abrir a porta)
JUVENAL BABAU – Ô de casa! Sou eu o conselheiro tutelar Juvenal Babau...
SEU PRECHEDES – Ô boquinha tia titia... pode entrar...
JUVENAL BABAU - Bom dia Seu Prechedes, Dona Maria Quibrocó, eu recebi uma denuncia e vim saber por que os meninos num tão indo pra escola?
(Prechedes com cinturão e cara ruim)
SEU PRECHEDES – tão tudo doente Seu Juvenal Babau, num tão meninada?
(balançando a cabeça dizendo que sim)
JUVENAL BABAU – E tão doente de quê seu Prechedes?
SEU PRECHEDES – (Põe o dedo no nariz como se sentisse um mal cheiro) Tão tudo com dor de barriga, num tão meninada?
(balançando a cabeça dizendo que sim)
JUVENAL BABAU - Acorda seu Prechedes! Daqui a pouco seu caso vira matéria de Jornal na TV e vão bate na sua porta e o negócio fica muito mais sério...
(Entra a repórter e o câmera e se posiciona como se esperasse abrir a porta)
NÉCA FULÔ - Ô de casa! Sou eu a Neca Fulô, a famosa repórter da tv.
SEU PRECHEDES – Ô boquinha a sua seu Juvenal Babau... pode entrar...
(entra a repórter e todos começam a querer chamar mais atenção do que os outros)
NÉCA FULÔ – Estamos aqui ao vivo na casa do seu Prechedes, para entrevistar o homem que não deixa os filhos ir pra escola, Seu Prechedes; é verdade que o senhor tem dez filhos?
(o apresentador não deixa seu Prechedes responder)
SEU PRECHEDES - (se ajeitando para aparecer na tv) bem....
NÉCA FULÔ –Seu Prechedes; é verdade que o senhor não deixa seus filhos ir para a escola, por que a acha que eles não vão ser ninguém na vida?
(o apresentador não deixa seu Prechedes responder)
SEU PRECHEDES - bem....
NÉCA FULÔ –Seu Prechedes; é verdade que o senhor força seus filhos a trabalharem no sol quente e diz pra professora que eles estão doentes!
(o apresentador não deixa seu Prechedes responder)
SEU PRECHEDES - bem....
NÉCA FULÔ – Acorda Seu Prechedes; daqui a pouco chega a policia batendo na sua porta, por que o caso é muito, muito, muito sério.
SEU PRECHEDES – espera aí... pensem comigo, a Maria Quibrocó falou que a professora ia chegar e chegou, o professora titia disse que o Juvenal Babau ia chegar e chegou, o conselheiro disse que a repórter ia chegar e chegou, aí... o repórter disse que a policia ia chegar e... é melhor eu sair correndo antes que a policia bata na minha porta... (corre)
FIM
(O término da esquete pede um debate sobre o assunto)